Pesquisa declínio de empregos formais na Administração Pública na Bahia

RAIS aponta queda
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Os resultados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) para 2012, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), aponta decréscimo de 8.997 empregos formais na Bahia em relação a 2011 (-0,4%), totalizando, em dezembro de 2012, um estoque de 2.256.621 postos de trabalho, sendo o último estado no ranking de geração de empregos naquele ano. O setor de Administração Pública, que registrou no período um decréscimo de 53.261 postos de trabalho, foi o grande responsável pelo resultado. Excetuando-se o setor público, o saldo de empregos foi positivo em 44.264 postos de trabalho no setor privado. Já o rendimento médio do trabalhador baiano aumentou 3,2% nominalmente, passando de R$1.557,63 em 2011, para R$1.607,78 em 2012.

Entre os setores de atividade econômica que mais geraram empregos em 2012 estão: Serviços com 39.890 postos de trabalho; Construção Civil com 4.652 e Comércio com 4.448 novos postos de trabalho. A Administração Pública gerou um saldo negativo de 53.261. Na Indústria de Transformação, o saldo foi negativo em 3.990, puxado pela redução de 7.147 postos na indústria calçadista, em função, principalmente, do fechamento da fábrica Azaléia na região de Itapetinga. A Agropecuária registrou um saldo negativo quando comparado os estoques de 2012 com 2011 de 2.281.

Em termos relativos, a Extração Mineral apresentou a maior variação (+17,3%) seguida pelos Serviços (+5,7%) e pela Construção Civil (+3%). As variações relativas comparadas de 2011 para 2012 mostram que o estoque de empregos formais por setor de atividade em 4 setores apresentaram taxas negativas e em 4 setores, positivas, sendo a menor variação na Administração Pública (-8,5%) o que equivale a extinção de 53.261 postos de trabalho neste setor.

O crescimento do emprego se deu com mais intensidade para trabalhadores com ensino superior completo (+18.916) e ensino médio completo (+17.034). Variação negativa é encontrada em postos de trabalho com menor grau de instrução: -38.231 postos entre os com ensino fundamental, -2.911 entre os trabalhadores com ensino médio incompleto e -928 postos de trabalho entre os analfabetos.

Comparando os resultados do estado com a região Nordeste e com o total do Brasil, verifica-se que a taxa de variação do estoque de emprego formal na Bahia (-0,40%) entre 2011 e 2012, foi inferior a do Brasil (+2,48%) e também a do Nordeste (+1,56%).

Comportamento diferente é observado para a variação relativa ao rendimento real médio do trabalhador baiano, que aumentou (+3,01%) em relação a dezembro de 2011, ampliação um pouco maior que a do Brasil (+2,97%) e a do Nordeste (+3,65). Contudo, o rendimento do emprego formal continua maior no Brasil, cuja remuneração média foi de R$2.080,07, na Bahia, como mencionado anteriormente, R$1.704,03, e no Nordeste R$1.652,51.

O resultado da RAIS foi negativo para a Bahia em termos absolutos, uma vez que o estado apresentou um decréscimo no número de trabalhadores principalmente no setor de Administração Pública. No entanto houve um crescimento relativo do grau de instrução do trabalhador e crescimento da remuneração média do trabalho.